terça-feira, 14 de agosto de 2012

Laqueadura ou Vasectomia: quando é realmente necessário?


Quando você tem a sensação de que a família está completa  e não quer mesmo ter mais filhos os métodos anticoncepcionais e a camisinha se transformam num mal necessário. A solução pode ser a contracepção definitiva, mais conhecida como laqueadura e vasectomia.


Na vasectomia, para eles, o procedimento interrompe a circulação dos espermatozoides produzidos nos testículos para os canais que desembocam na uretra. Isso torna o homem estéril, mas os hormônios continuam sendo produzidos normalmente, sem distúrbios na ereção. A intervenção é simples e pode ser feita em ambulatório, com anestesia local.


Já a laqueadura é um método mais invasivo. Nele, o médico fecha as tubas uterinas da mulher para impedir a descida do óvulo e a subida do espermatozoide. Mesmo assim, trata-se de cirurgia relativamente simples, na qual as trompas são cortadas e suas extremidades amarradas, bloqueando a passagem dos espermatozoides.


Para ter acesso às trompas é preciso abrir a cavidade abdominal, diretamente ou por laparoscopia. Pode ser feita via vaginal também. “As técnicas são diferentes e vão variar de acordo com o treinamento do médico. Pode ser que ele corte as trompas, amarre-as ou corte-as em locais diferentes”, explica o ginecologista Nilson Roberto de Melo, de São Paulo. O percentual de falha nas laqueaduras é de um a cinco para cada mil.


A Lei Federal 9263, de 1996, trata do planejamento familiar e o garante como direito de todo cidadão brasileiro. Segundo a Lei, o Sistema Único de Saúde (SUS) é obrigado a garantir um programa de atenção integral à saúde que inclua, como atividades básicas, a assistência à concepção e contracepção. E isso inclui vasectomias e laqueaduras.


Conforme a Lei, é preciso que a vontade seja manifestada em documento escrito e firmado e, apenas depois de receber informações sobre os riscos da cirurgia, os possíveis efeitos colaterais, as dificuldades de sua reversão e opções de contracepção reversíveis existentes que o médico pode efetuar o procedimento. Em períodos de parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade, por cesarianas sucessivas anteriores, o direito fica vedado.


Para garantir o procedimento - que é inclusive coberto pelos planos de saúde - é preciso ter 25 anos ou mais ou dois filhos. O médico Nilson Roberto não concorda com a Lei, dizendo que assim, qualquer menina de 19 anos com dois filhos ou mesmo qualquer mulher de 26, sem filhos, pode fazer o processo. “Mesmo que exista a obrigação de esperar pelo menos dois meses entre a manifestação da vontade de fazer e a cirurgia, e de se ter que passar por psicólogos e assistentes sociais, a Lei está toda errada”, critica. Segundo ele, a Lei deveria ser de mínimo de 30 anos e dois filhos por casal.


Tanto o processo feminino quanto masculino é reversível, dependendo, claro, do grau de invasão que cada procedimento tenha efetuado no organismo. O problema é que, conforme bem lembra Hugo Miyahira, vice-presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro, as pessoas casam e descasam e, depois querem outro filho mesmo depois da contracepção definitiva.


Ele explica que reversão não é um processo simples. “Quando se faz uma ligadura, por exemplo, a trompa é esmagada, ressecada, cortada. Nós até conseguimos reverter, mas há possibilidade de interferência na função tubária e na condução do ovo”, diz. Isso, segundo ele, pode inclusive acarretar numa gravidez tubária, trazendo risco de morte para a mãe.
“Se uma mulher engravida, após a laqueadura, é preciso que os médicos se certifiquem de onde está o ovo”, indica. Por isso, na hora de tomar a decisão - que pode ser bem emocional - tente usar a razão. Reverter o quadro não é muito fácil.


Fonte: Vila Filhos

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Dez incômodos comuns no final da gravidez


Azia, inchaço, prisão de ventre, dor nas costas e tantos outros desconfortos. A lista, nas últimas semanas, é extensa. Saiba como atenuar tanto mal-estar.

Nas últimas semanas de gestação, os pés incham, a dor nas costas se torna insuportável e você não encontra posição nem para dormir. Isso sem contar a azia, os desconfortos intestinais e a dificuldade para evacuar. Essas reações são absolutamente normais nesse período. Mas não se explicam, apenas, pelo aumento de peso do bebê. Conheça suas causas e saiba o que fazer em cada situação.

Inchaço nos pés
O crescimento do útero comprime os vasos sanguíneos e congestiona o retorno da circulação dos membros inferiores para o coração, levando a uma dilatação do sistema vascular periférico. Isso faz com que pernas e pés extravasem líquido para a camada subcutânea, provocando inchaços.

No final da gravidez, esse processo atinge seu auge. Durante a gestação, a mulher tende a reter líquido, o que também contribui para o inchaço nos pés. Para diminuir os edemas, é importante caminhar, ativando a panturrilha e garantindo o bombeamento do sangue. O controle do peso é igualmente recomendável, assim como o uso de meias elásticas, que estimulam a circulação.

Dores nas costas
São inevitáveis e crônicas. À medida que o momento do parto se aproxima, o bebê começa a se encaixar na arcada estrutural da região pélvica e força uma abertura na ligação entre os ossos. As contrações intensificam esse processo e a dor irradia principalmente para as costas. A única forma de amenizar a dor é preparar melhor o corpo para essa situação. Como? Dando a ele mais flexibilidade, o que significa fazer fisioterapia e atividades como hidroginástica e mesmo ioga e pilates. Claro, sempre com aval do médico e a supervisão de profissionais habilitados para isso.

Dificuldade para dormir
Com a proximidade do parto, encontrar uma posição confortável na hora dormir se torna uma tarefa inglória para a mulher. O barrigão atrapalha o sono e a gestante acaba perdendo um tempo precioso de descanso, principalmente quando aguarda filhos gêmeos. A primeira dica dos especialistas é dormir sempre de lado, com um travesseiro entre os joelhos e a barriga bem apoiada na cama, de preferência virada para o lado esquerdo, o que facilita o bombeamento do sangue do coração da mãe para a placenta, evitando o estresse do bebê. Apoiar um travesseiro nas costas também pode melhorar o incômodo. Mas, se ele prosseguir, vale a pena adquirir um travesseiro triangular, em forma de rampa, que apoia a mulher desde o dorso até a cabeça. Ele melhora a sensação de falta de posição.
 

Azia
O crescimento do volume da placenta eleva o músculo do diafragma e diminui a capacidade de reserva do estômago. Paralelamente, as alterações hormonais da gravidez provocam o relaxamento da válvula que controla a passagem de alimentos entre o esôfago e o estômago. O resultado é o aumento do refluxo do conteúdo estomacal para o esôfago, a famigerada azia. Para evitar essa queimação, a principal dica é comer menos e com mais frequência, o que significa pelo menos seis vezes por dia. É recomendável ainda mastigar muito bem os alimentos, evitar misturar líquido enquanto come e nunca deitar após as refeições. Fuja também de frituras e doces – prefira alimentos frescos e integrais. Se o refluxo noturno for muito intenso, providencie um apoio para permanecer com o corpo reclinado e a cabeça levemente suspensa durante o sono.

Câimbras
A ação hormonal e a compressão do sistema vascular por onde retorna o sangue das partes baixas favorecem o surgimento das câimbras, principalmente pela manhã. A dilatação dos vasos periféricos e a diminuição do fluxo sanguíneo comprometem a oxigenação dos músculos das pernas, e isso leva a dormências e câimbras. Além de meias elásticas, os exercícios físicos melhoram o fluxo de sangue.

Falta de ar
Além do estômago, o aumento do tamanho do bebê também comprime o pulmão e reduz a capacidade respiratória da mulher, o que pode levar a eventuais crises de falta de ar. No final da gravidez, o segredo é coordenar a respiração diante de esforços maiores, inspirando e expirando com mais frequência e menos profundidade. O controle de peso também é fundamental. Treinos de respiração em aulas de ioga, meditação e similares também podem ser muito proveitosos.

Hemorroida
As hemorroidas são varizes no ânus, que podem causar desde coceira e queimação até inchaço e dor. E a dilatação de veias nessa região é mais frequente no final da gestação. Algumas mulheres têm predisposição, anunciada pelas varizes em suas pernas ou nas de sua mãe. Mas a gravidez contribui para o aparecimento de hemorroidas também por motivos anatômicos e hormonais.

A compressão circulatória causada pela expansão do útero favorece a dilatação dos vasos, enquanto a descarga hormonal pode levar à prisão de ventre. Essa situação cria dificuldades de evacuação e precipita dilatações vasculares no chamado plexo hemorroidário. Para amenizar seus efeitos, não se deve nunca forçar a evacuação. Também é importante fazer atividade física para melhorar a circulação e se alimentar de forma equilibrada, bebendo bastante líquido e ingerindo produtos ricos em fibras, como vegetais. Em casos mais graves, o médico pode tratar tanto a prisão de ventre como as hemorroidas em si.

Prisão de ventre
É um problema que acompanha a mulher principalmente na reta final da gestação. A descarga hormonal deixa o intestino preguiçoso por causa do relaxamento muscular, o que desfavorece o chamado movimento peristáltico. O crescimento do útero também pode reduzir a velocidade do fluxo do alimento no intestino. O resultado é que as fezes demoram mais até chegarem a seu destino e acabam se ressecando, o que caracteriza a prisão de ventre. O segredo para evitá-la é ingerir bastante líquido e alimentos ricos em fibras. O exercício físico também é altamente recomendável. Em situações mais críticas, seu médico pode prescrever alimentos ou medicamentos laxativos.
Tontura e sonolência
A compressão provocada pelo útero impede o retorno venoso das partes baixas e os hormônios favorecem a dilatação periférica vascular. Isso derruba a pressão sanguínea e pode causar falta de oxigenação em várias regiões. Se o prejudicado for o sistema nervoso central, a gestante pode sofrer tonturas.

Para prevenir essa situação, a recomendação é usar meias elásticas e ingerir muito líquido. Já a sonolência tem a ver também com questões hormonais próprias da gravidez, mas principalmente com a privação das oito horas recomendadas de sono por noite. A dica aqui é fazer o possível para dormir mais, o que inclui atividade física regular.
 
Incontinência urinária
No final da gravidez, o útero invade parte do espaço da bexiga e diminui sua capacidade de armazenamento de urina. Resultado: a mulher tende a ir mais frequentemente ao banheiro e, muitas vezes, nem consegue segurar.


Ações hormonais também podem tanto reduzir a capacidade funcional da bexiga como levar à frouxidão muscular na região pélvica, causando uma perda urinária involuntária. Em geral, é um problema que costuma sumir semanas após o parto. Uma dica para prevenir é fazer fisioterapia, que fortalece os músculos pélvicos, sob a orientação de uma especialista.